FOLCLORE "LENDAS E MITOS"
Região Norte
AÇAÍ
Conta a Lenda que há muito tempo atrás,
quando ainda não existia a cidade de Belém, vivia neste local uma tribo
indígena muito grande.
Como os alimentos eram insuficientes,
tornava-se muito difícil conseguir comida para todos os índios da tribo. Então
o cacique Itaki tomou uma decisão muito cruel. Resolveu que a partir daquele
dia todas as crianças que nascessem seriam sacrificadas para evitar o aumento
populacional de sua tribo.
Até que um dia a filha do cacique, chamada
Iaçã, deu à luz uma bonita menina, que também teve de ser sacrificada. Iaçã
ficou desesperada, chorava todas as noites de saudades de sua filhinha. Ficou
por vários dias enclausurada em sua tenda e pediu à Tupã que mostrasse ao seu
pai outra maneira de ajudar seu povo, sem o sacrifício das crianças. Certa
noite de lua Iaçã ouviu um choro de criança. Aproximou-se da porta de sua oca e
viu sua linda filhinha sorridente, ao pé de uma palmeira. Inicialmente ficou
parada, mas logo depois, lançou-se em direção à filha, abraçando - a. Porém
misteriosamente sua filha desapareceu. Iaçã, inconsolável, chorou muito até
desfalecer.
No dia seguinte seu corpo foi encontrado
abraçado ao tronco da palmeira, porém no rosto trazia ainda um sorriso de
felicidade e seus olhos negros fitavam o alto da palmeira, que estava carregada
de frutinhos escuros. Itaki então mandou que apanhassem os frutos, deles foi
obtido um suco avermelhado que batizou de AÇAÍ, em homenagem a sua filha (Iaçã
invertido). Alimentou seu povo e, a partir deste dia, suspendeu sua ordem de
sacrificar as crianças.
BICHO-PAPÃO
O bicho-papão é uma figura fictícia
mundialmente conhecida. É uma das maneiras mais tradicionais que os pais ou responsáveis
utilizam para colocar medo em uma criança, no sentido de associar esse monstro
fictício à contradição ou desobediência da criança em relação à ordem ou
conselho do adulto.
Desde a época das Cruzadas, a imagem de um
ser assustador já era utilizada para gerar medo nas crianças. Os muçulmanos
projetavam esta figura no rei Ricardo, Coração de Leão, afirmando que caso as
crianças não se comportassem da forma esperada, seriam levadas escravas pelo
melek-ric (bicho-papão): “Porta-te bem senão o melek-ric vem buscar-te”.
A imagem do bicho-papão possui variações de
acordo com a região. Segundo a tradição popular, o bicho-papão se esconde no
quarto das crianças mal educadas, nos armários, nas gavetas e debaixo da cama
para assustá-las no meio da noite. Outro tipo de bicho-papão surge nas noites
sem luar e coloca as crianças mentirosas em um saco para fazer sabão. Quando
uma criança faz algo errado, ela deve pedir desculpas, caso contrário, segundo
a lenda, receberá uma visita do bicho-papão.
BOITATÁ
Diz a lenda que, há muito tempo atrás, uma noite se prorrogou
muito parecendo que nunca mais haveria luz do dia. Era uma noite muito escura,
sem estrelas, sem vento, e sem barulho algum dos bichos da floresta, era um
grande silêncio.
Os homens viveram dentro de casa e estavam passando fome e frio.
Não havia como cortar lenha para os braseiros que mantinham as pessoas
aquecidas, nem como caçar naquela escuridão. Era uma noite sem fim. Os dias
foram passando e a chuva começou, choveu muito, esta chuva inundou tudo e
muitos animais acabaram morrendo. Uma grande cobra que vivia em repouso num
imenso tronco despertou faminta e começou a comer os olhos de animais mortos
que brilhavam boiando nas águas.
Alguns dizem que eles brilhavam devido à luz do último dia em que
os animais viram o sol. De tanto olhos brilhantes que a cobra comeu, ela ficou
toda brilhante como fogo e transparente. A cobra se transformou num monstro
brilhante, o Boitatá. Dizem que o Boitatá assusta as pessoas quando elas entram
na mata à noite. Mas muitos acreditam que o Boitatá protege as matas contra
incêndios.
BOTO
De acordo com a lenda, um boto cor-de-rosa sai dos rios nas
primeiras horas das noites de festa e com um poder especial, transforma-se em
um lindo jovem vestido com roupas brancas.
Ele usa um chapéu branco para encobrir o rosto e disfarçar o nariz
grande. Nas festas, com seu jeito galanteador e falante, o boto dança, bebe, se
comporta como um rapaz normal e aproxima-se das jovens solteiras,
seduzindo-as.
Logo após, consegue convencer as mulheres para um passeio no fundo
do rio, local onde costuma engravidá-las. Na manhã seguinte volta a se
transformar no boto, pois o seu encantamento só acontece à noite.
CAIPORA
A lenda do Caipora é bastante evidenciada em todo o Brasil, está
presente desde os indígenas, e é a partir deles que surgiu este mito. Segundo
muitas tribos, principalmente as do Tronco Linguístico Tupi-Guarani, o Caipora
era uma entidade que possuía como função e dom o controle e guarda das florestas,
e tudo que existia nela.Com o contato com outras civilizações não - indígenas,
esta divindade foi bastante modificada quanto a sua interpretação, passando a
ser vista como uma criatura maligna.Com o passar dos tempos muitas pessoas
ainda continuam a relatar sua aparição, isto se dá na maioria das vezes com
pessoas no interior de matas, o local onde caipora habita.
Segundo as pessoas que já viram Caipora, as características variam
e a impressão que se tem dela pode variar dependendo se Caipora quer perturbar
ou ajudar a pessoa.
Muitas pessoas afirmam que Caipora é um menino moreno, parecido
com um indiozinho, olhos e cabelos vermelhos, possui os pés virados para trás.
Outras pessoas dizem que ele parece com um indiozinho possui uma lança, um cachimbo,
já outras pessoas o descrevem igual aos modelos anteriores porém com apenas um
olho.
Caipora tem o poder de ressuscitar qualquer animal morto sem sua
autorização, para isso apenas fala para que o bicho ressuscite. Por ser muito
veloz às vezes as pessoas apenas sentem Caipora como se fosse uma rajada de
vento no mato. Para entrar numa mata com permissão da Caipora, a pessoa deve
levar sempre uma oferenda para ela, como um Pedaço de Fumo-de-Rolo, um
Cachimbo. Caipora emite um som estridente causando que causa arrepios e pavor a
todos os que o escutam. Em algumas regiões do Brasil Caipora é conhecido como o
Curupira.
CAPELOBO
Esta Lenda é muito comum na Região dos Rios
do Pará e também no Maranhão. O nome Capelobo é a união de um nome de
significado provavelmente indígena, onde Cape (osso quebrado, torto ou
aleijado) + lobo.
O Capelobo pode aparecer com duas formas
distintas: forma de animal - onde parece com uma anta, porém com
características mais distintas, é maior que uma anta comum, é mais rápido,
apresenta um focinho mais parecido com o de um cão ou porco, e longos cabelos -
e forma humana: aparece com o corpo metade homem, com focinho de tamanduá, e
corpo arredondado.
Costuma sair à noite, rondando as casas e
acampamentos que ficam dentro das florestas, costuma apanhar cães e gatos recém
nascidos, mas quando captura um animal maior ou um homem, ele quebra o crânio e
come o cérebro ou bebe o sangue. Só é morto com um ferimento no umbigo.
COBRA HONORATO
A Lenda
da Cobra grande é uma das mais conhecidas do folclore amazônico, que fala de
uma imensa cobra, também chamada Boiúna, que cresce de forma gigantesca e
ameaçadora, abandonando a floresta e passando a habitar a parte profunda dos
rios.
Eram
tantas as maldades praticadas por ela que Honorato acabou por matá-la para pôr
fim às suas maldades. Segundo muitas pessoas narram, Honorato em
algumas noites de luar, perdia o seu encanto e adquiria a forma humana
transformando-se em um belo e elegante rapaz, deixando as águas para levar uma
vida normal na terra.
Para que
se quebrasse o encanto de Honorato era preciso que alguém tivesse muita audácia
para derramar leite na boca da enorme cobra e fazendo um ferimento na cabeça
dela até sair sangue. Porém ninguém tinha coragem de enfrentar a enorme cobra.
Até que um dia um soldado de Cametá (município do Pará) conseguiu libertar
Honorato do terrível encanto, e ele deixou de ser cobra d'água para viver na
terra como um homem e com sua família.
CURUPIRA
De acordo com a
lenda, o Curupira é uma entidade muito parecida com a caipora,
com funções e domínios idênticos, ou seja, protetor da fauna e flora.
O que difere é que o
Curupira sempre se apresenta montado no seu Caititu ou cateto (espécie de porco
do mato), possui uma lança, arco e flechas e não possui os pés voltados para
trás.
Para ressuscitar os
animais mortos sem seu consentimento utiliza sua lança, seu arco, ordem verbal
e através do contato do focinho do Caititu.
LENDA DO DIABINHO DA GARRAFA
O
Diabinho da Garrafa também é conhecido como Famaliá, Cramulhão, Capeta da
Garrafa, entre outros nomes.
Este ser
é fruto de um pacto que as pessoas afirmam que se pode fazer com o diabo. Este
pacto consiste na maioria das vezes de uma troca, a pessoa pede riqueza e em
troca dá sua alma ao diabo.
Depois de
feito o pacto, a pessoa tem que conseguir um ovo, que dele nascerá um diabinho
de 15 cm a aproximadamente 20 cm. Mas não se trata de um simples ovo de
galinha, e sim um ovo especial, fecundado pelo próprio diabo.
O
Diabinho da Garrafa tem as seguintes características: Nasce de um ovo (em
algumas regiões do Brasil acredita-se que ele pode nascer de uma galinha
fecundada pelo diabo, em outras acreditam que ele nasce de um ovo colocado não
por galinha e sim por um galo). Este ovo seria do tamanho de um ovo de codorna.
Para
conseguir tal ovo, a pessoa deve procurá-lo durante o período da quaresma, e na
primeira sexta feira após conseguir o ovo, a pessoa vai até uma encruzilhada, a
meia noite, com o ovo debaixo do braço esquerdo. Após passar o horário, retorna
para casa e deita-se na cama. No fim de 40 dias aproximadamente, o ovo é
chocado e nascerá o diabinho; de posse do diabinho, a pessoa coloca-o logo na
garrafa e fecha bem fechado. Com o passar dos anos, o diabinho enriquece o seu
dono, e no final da vida leva a pessoa para o inferno.
GUARANÁ
Conta a
Lenda que em uma aldeia dos índios Maués havia um casal, com um único filho,
muito bom, alegre e saudável.
Ele era
muito querido por todos de sua aldeia, o que levava a crer que no futuro seria
um grande chefe guerreiro. Isto fez com que Jurupari, o Deus do mal, sentisse
muita inveja do menino.
Por isso
resolveu matá-lo. Então, Jurupari transformou-se em uma enorme serpente e,
enquanto o indiozinho estava distraído, colhendo frutinhas na floresta, ela
atacou e matou a pobre criança.
Seus
pais, que de nada desconfiavam, esperaram em vão pela volta do indiozinho, até
que o sol foi embora. Veio a noite e a lua começou a brilhar no céu, iluminando
toda a floresta. Seus pais já estavam desesperados com a demora do menino.
Então toda a tribo se reuniu e saíram para procurá-lo. Quando o encontraram
morto na floresta, uma grande tristeza tomou conta da tribo.
Ninguém
conseguia conter as lágrimas. Neste exato momento uma grande tempestade caiu
sobre a floresta e um raio veio atingir bem perto do corpo do menino. Todos
ficaram muito assustados. A índia-mãe disse: "...É Tupã que se compadece
de nós. Quer que enterremos os olhos de meu filho, para que nasça uma fruteira,
que será nossa felicidade". E assim foi feito. Os índios plantaram os
olhos do indiozinho imediatamente, conforme o desejo de Tupã, o rei do trovão.
Alguns
dias se passaram e no local nasceu uma plantinha que os índios ainda não
conheciam. Era o Guaranazeiro. É por isso que os frutos do guaraná são sementes
negras rodeadas por uma película branca, muito semelhante a um olho humano.
IARA
Conta a
lenda que Iara é um ser, metade peixe metade mulher, que vive nos rios. Esta
lenda é muito comum na região Amazônica.
Segundo
pesquisadores, esta lenda surgiu entre os índios e passou a fazer parte
principalmente das vidas das populações ribeirinhas, onde muitas dessas pessoas
são descendentes de índios, ou estão muito próximos da cultura indígena,
passando a serem influenciadas direta ou indiretamente.
Segundo a
lenda, as pessoas, principalmente homens, sempre eram atraídos pela beleza
irresistível da Iara, uma linda índia com cabelos longos e pretos, corpo muito
bonito e ao som de uma música mágica leva as pessoas para o fundo das águas,
onde existe o seu reino. Iara, além de possuir um belo canto, também contava
com a sua beleza, podendo ao sair da água assumir a forma humana de uma mulher.
LOBISOMEM
De acordo a Lenda, o
Lobisomem é um ser que seria resultado de uma oração poderosa feita numa noite
de sexta-feira, de preferência de Lua Cheia, num estábulo ou cocheira de burro
ou cavalo, no qual a pessoa rola no local como se fosse o animal, dizendo a
reza e é feita como pacto com entidades malignas.
Em algumas regiões, a
transformação em Lobisomem acontece numa noite de sexta-feira, sempre meia
noite numa encruzilhada, onde repetindo os atos de um cavalo rolando no chão, a
pessoa transforma-se.
O Lobisomem seria a
fusão do lobo com o homem. Muitas histórias são contadas sobre este ser. No
Brasil é comum em todos os Estados, principalmente nas localidades da Zona
Rural, onde é muito comum as pessoas afirmarem que já o viram, que também passa
a ser um mistério para quem vê e quem ouve a história. O Lobisomem ataca
animais e pessoas para se alimentar de sangue e volta a forma humana somente
com o raiar do Sol.
MANDIOCA
Existem várias lendas que explicam a origem
da mandioca, porém a mais conhecida é sobre Mani.
Mani era uma linda indiazinha, neta de um
grande cacique de uma tribo antiga. Desde que nasceu andava e falava. De
repente morreu sem ficar doente e sem sofrer.
A indiazinha foi enterrada dentro da própria
oca onde sempre morou e como era a tradição do seu povo. Todos os dias, os
índios da aldeia iam visitá-la e choravam sobre sua sepultura, até que nela
surgiu uma planta desconhecida. Então os índios resolveram cavar para ver que
planta era aquela, tiraram-na da terra e ao examinar sua raiz viram que era
marrom por fora e branquinha por dentro.
Após cozinharem e provarem a raiz, entenderam
que se tratava de um presente do Deus Tupã. A raiz de Mani veio para saciar a
fome da tribo. Os índios deram o nome da raiz de Mani e como nasceu dentro de
uma oca ficou Manioca, que hoje conhecemos como mandioca.
Mapinguari - Lendas e Mitos
O Mapinguari é uma Lenda derivada de algumas
Lendas dos Índios da Região Amazônica.
Os caboclos contam que dentro da floresta
vive o Mapinguari, um gigante peludo com um olho na testa e a boca no umbigo.
Para uns, ele é realmente coberto de pelos, porém usa uma armadura feita do
casco da tartaruga, para outros, a sua pele é igual ao couro de jacaré.
Segundo esta Lenda, alguns índios ao
atingirem uma idade mais avançada evoluiriam e transformariam-se em Mapinguari
e passariam a habitar o interior das florestas passando a viver apenas no seu
interior e sozinhos. Há também quem diga que seus pés têm o formato de uma mão
de pilão.
MAPINGUARI
O Mapinguari emite uns gritos semelhantes ao
grito dado pelos caçadores. Se alguém responder, ele logo vai ao encontro do
desavisado, que acaba perdendo a vida. A criatura é selvagem e não teme nem
caçador, porque é capaz de dilatar o aço quando sopra no cano da espingarda. Os
ribeirinhos amazônicos contam muitas histórias de grandes combates entre o
Mapinguari e valentes caçadores. O Mapinguari sempre leva vantagem e os
caçadores que conseguem sobreviver, muitas vezes ficam aleijados ou com
terríveis marcas no corpo para o resto de suas vidas. Há quem diga que o
Mapinguari só anda pelas florestas de dia, guardando a noite para dormir.
Quando anda pela mata, vai gritando, quebrando galhos e derrubando árvores,
deixando um rastro de destruição. Outros contam que ele só aparece nos dias
santos ou feriados. Dizem que ele só foge quando vê um bicho-preguiça.
MATINTA PERERA
Diz a lenda, que à
noite, um assobio agudo perturba o sono das pessoas e assusta as crianças,
ocasião em que o dono da casa deve prometer tabaco ou fumo. Ao ouvir durante a
noite, nas imediações da casa, um estridente assobio, o morador diz: - Matinta,
pode passar amanhã aqui para pegar seu tabaco. No dia seguinte uma velha
aparece na residência onde a promessa foi feita, a fim de apanhar o fumo. A
velha é uma pessoa do lugar que carregaria a maldição de "virar"
Matinta Perera, ou seja, à noite transformar-se neste ser indescritível que
assombra as pessoas. A Matinta Perera pode ser de dois tipos: com asa e sem
asa. A que tem asa pode transformar-se em pássaro e voar nas cercanias do lugar
onde mora. A que não tem, anda sempre com um pássaro, considerado agourento, e
identificado como sendo "rasga-mortalha". Dizem que a Matinta, quando
está para morrer, pergunta:" Quem quer? Quem quer?" Se alguém
responder "eu quero", pensando em se tratar de alguma herança de
dinheiro ou joias, recebe na verdade a sina de "virar" Matinta
Perera.
MUIRAQUITÃ
A lenda do Muiraquitã
é considerada um verdadeiro amuleto da sorte, que consiste num sapinho feito de
pedra ou argila, geralmente é de cor verde, pois era confeccionado em
jade. Os indígenas contam a seguinte lenda: que estes batráquios, eram
confeccionados pelas índias que habitavam as margens do rio Amazonas. As belas
índias nas noites de luar em que clareava a terra se dirigiam a um lago mais
próximo e mergulhavam em suas águas retirando do fundo do lago bonitas pedras
que modelavam rapidamente e ofereciam aos seus amados, como um verdadeiro
talismã que pendurado ao pescoço levavam para caça, acreditando que traria boa
sorte e felicidade ao guerreiro. Conta a lenda que, até nos dias de hoje,
muitas pessoas acreditam que o Muiraquitã traz felicidade, sendo considerado um
amuleto de sorte para quem o possui.
O Muiraquitã
apresenta também outras formas de animais, como jacaré, tartaruga, onça, mas é
a forma de sapo a mais procurada e representada por ser a lenda mais original.
MULA-SEM-CABEÇA
A lenda da
Mula-sem-cabeça é de origem desconhecida e é evidenciada em todo Brasil. De
acordo com as regiões, sofre algumas modificações, principalmente no nome,
passando a ser chamada, por exemplo, de: Mulher de Padre, Mula de Padre, Mula
Preta, entre outros.
Não se sabe ao certo
como surgiu o primeiro caso, porém segundo pesquisadores seria resultado de uma
maneira de pensar, comportar-se e agir tipicamente relacionado à Igreja
Católica, pois na sua origem a criatura seria o resultado de um pecado (aos
modos, costumes, princípios e condutas da Igreja Católica). Isso porque seria o
resultado do que acontecia com todas as mulheres que mantivessem uma relação
amorosa com um padre, o que podemos deduzir, segundo muitos estudos sobre esta
lenda, que as mulheres que frequentavam igrejas nunca poderiam ver o Padre como
um homem, e sim como uma "criatura especial", quase um Santo, pois
estava se mantendo e vivendo para pregar a palavra de Jesus Cristo, Deus e
Santos. Caso alguma mulher pensasse em namorar com um Padre, saberia que
viraria uma Mula-sem-cabeça.
Algumas pessoas juram
já ter visto a criatura, e segundo elas a Mula-Sem-Cabeça tem as seguintes
características: É uma mula, de cor marrom ou preta; não apresenta cabeça no
lugar apenas fogo; possui em seus cascos ferraduras que podem ser de aço ou
prata; seu relincho é muito alto que pode ser ouvido por muitos metros e é
comum gemer como um ser humano; ela costuma aparecer somente durante a noite, e
principalmente quinta ou sexta-feira, principalmente se for noite de Lua Cheia.
Segundo a Lenda existem duas maneiras de acabar com o encantamento que fez a
mulher virar Mula-Sem-Cabeça, a primeira consiste em uma pessoa arrancar o
cabresto que ela possui, a outra forma é furá-la tirando sangue (uma gota no
mínimo, com um alfinete virgem que nunca foi usado).
ONÇA MANETA
A lenda da Onça
maneta é muito forte nas Regiões, Sudeste, Norte, Centro-Oeste.
Trata-se de uma onça
que perdeu uma das patas dianteiras, possivelmente em uma luta contra
caçadores. Desde esta luta, a Onça passou a possuir uma grande força misturada
a uma raiva enorme.
Ela costuma ficar
escondida nas matas e dificilmente consegue-se vê-la. Ela ataca e raramente
alguém consegue escapar dela. Não escolhe sua vítima, ataca quem ela vê, pode
ser um bicho, uma boiada, um homem, um grupo de caçadores, nada faz ela ficar
com medo.
ORIGEM DO PEIXE-BOI
A Lenda da origem do
Peixe-Boi é indígena, e contada pelos habitantes do vale do Rio Solimões, no
Amazonas. Diz a lenda que foi realizada uma grande festa da moça nova e pela
ação de Curumi. O pajé mandou que a moça nova e o Curumi mergulhassem nas águas
do rio. Quando mergulharam o pajé jogou, em cima de cada um deles, uma tala de
canarana. Quando voltaram à tona já haviam se transformado em PEIXE-BOI.
A partir deste casal
nasceram todos os outros peixes-boi. É por esse motivo que eles se alimentam de
canarana.
Pirarucu - Lendas e
Mitos
A lenda do Pirarucu
teve sua origem nas águas amazônicas. O Pirarucu é um dos maiores peixes de
escama do Brasil.
E para explicar sua
origem, os índios costumam contar a seguinte lenda. O Pirarucu era um índio
guerreiro da nação dos Nalas. Este jovem índio era muito valente, orgulhoso,
vaidoso, injusto e gostava de praticar a maldade. Foi então que o Deus Tupã
resolveu castigá-lo por todas as suas maldades e pediu à Deusa Luruauaçu que
fizesse cair uma grande tempestade, e assim aconteceu. Uma forte chuva caiu do
céu sobre a floresta de Xandoré. O demônio que odeia os homens começou a mandar
raios e trovões, tornando a floresta toda eletrizada pelos fortes relâmpagos.
O forte guerreiro
chamado de Pirarucu encontrava-se na hora da chuva caçando na floresta e tentou
fugir, mas não conseguiu. Vencido pela força do vento, caiu ao chão e um raio
partiu uma árvore muito grande, que caiu sobre a cabeça do jovem guerreiro,
achatando-lhe totalmente.
O jovem guerreiro
teve seu corpo desfalecido, carregado facilmente pela enxurrada para as
profundezas do rio Tocantins, mas na floresta Xandoré o Deus Tupã ainda não
estava satisfeito e resolveu transformá-lo aplicando-lhe um castigo severo,
transformando o jovem guerreiro em um peixe avermelhado, de grandes escamas e
cabeça chata. É este peixe Pirarucu que habita os rios da Amazônia.
SACI PERERÊ
A lenda do Saci é uma
das mais difundidas no Brasil. Segundo muitos autores, o Saci é um menino
travesso, de cor negra, que possui apenas uma perna, usa uma carapuça ou
gorro vermelho na cabeça e fica o tempo todo fumando cachimbo.
Ao Saci Pererê são
atribuídas às coisas que dão errado. Ele entra nas casas e apaga o fogo, faz
queimar as comidas das panelas, seca a água das vasilhas, dá muito trabalho às
pessoas escondendo os objetos que dificilmente serão encontrados novamente. Seu
principal divertimento é atrapalhar as pessoas para se perderem.
Dizem que ele veio do
meio de um redemoinho e para espantá-lo as pessoas atiram uma faca no
redemoinho ou então o chamam pelo seu nome. Embora pertença ao folclore da
região sudeste e sul, ele também foi introduzido ao folclore do norte por ser
uma figura muito popular nesta região do país.
SOL
Para os índios, o sol
era uma pessoa e se chamava Kuandú. Kuandú tinha três filhos: um é o sol
que aparece na época da seca; o outro, mais novo, sai na chuva e o filho do
meio ajuda os outros dois quando eles estão cansados.
Há muito tempo um
índio Juruna teria comido o pai de Kuandú, por esta razão este queria se
vingar. Uma vez Kuandú estava bravo e foi para o mato pegar coco. Lá encontrou
Juruna em uma palmeira inajá.
Kuandú disse que ele
ia morrer, mas Juruna foi mais rápido acertando Kuandú com um cacho na cabeça.
Aí tudo escureceu. As crianças começaram a morrer de fome porque Juruna não
podia trabalhar na roça e nem pescar.
VITÓRIA-RÉGIA
Conta a lenda que uma índia chamada Naiá, ao
contemplar a lua (Jaci) que brilhava no céu, apaixona-se por ela.
Segundo contavam os indígenas, Jaci descia à
terra para buscar alguma virgem e transformá-la em estrela do céu. Naiá ao
ouvir essa lenda, sempre sonhava em um dia virar estrela ao lado de Jaci.
Assim todos as noites, Naiá saia de casa para
contemplar a lua e aguardar o momento da lua descer no horizonte e sair
correndo para tentar alcançar a lua. Todas as noites Naiá repetia essa busca,
até que uma noite Naiá decide mais uma vez tentar alcançar a lua, nessa noite
Naiá vê o reflexo da lua nas águas do igarapé e sem exitar mergulha na
tentativa de tocá-lo e acaba afogando-se. Jaci se sensibiliza com o esforço de
Naiá e a transforma na grande flor do Amazonas, a Vitória Régia, que só abre
suas pétalas ao luar.
Região Nordeste
ALAMOA
Conta a Lenda que
Alamoa ou dama branca é a aparição de uma mulher branca, muito bonita, loura,
que anda nua e que aparece dançando na praia iluminada pelos relâmpagos de
tempestade próxima.
Dizem que ela atrai
os pescadores ou caminhantes que voltam tarde e depois se transforma em um
esqueleto, endoidecendo o namorado que a seguiu.
Aparece também como
uma luz ofuscante, multicor, a perseguir quem foge dela. Sua residência é o
Pico, elevação rochosa de 321 metros na ilha de Fernando de Noronha.
BICHO
HOMEM
Diz a lenda que o bicho-homem está presente
em várias regiões do Brasil, onde a sua figura, com pequenas variações, é
descrita como sendo a de uma criatura alta, quase um gigante, com um olho só no
meio da testa, também um só pé redondo e enorme, que quando caminha vai
deixando pelo chão pegadas redondas. Os dedos de suas mãos são compridos e
disformes, as unhas longas e afiadas, e os gritos que costuma emitir assombram
os moradores da região onde habitualmente ele se oculta. Quem já o viu diz que
ele é muito grande, forte, e extremamente feroz.
É capaz de derrubar a socos e unhadas uma
montanha, beber rios e transportar florestas. Vive escondido em locais de
muitas serras e vales e é devorador de homens.
Cabeça de Cuia - Lendas e Mitos
A lenda do Cabeça de Cuia trata-se da
história de Crispim, um jovem garoto que morava nas margens do rio Parnaíba e
de família muito pobre.
Conta a lenda que certo dia, chegando para
almoço, sua mãe lhe serviu, como de costume, uma sopa rala, com ossos, já que
faltava carne na sua casa frequentemente.
Nesse dia ele se revoltou, e no meio da
discussão com sua mãe, atirou o osso contra ela, atingindo-a na cabeça e
matando-a. Antes de morrer sua mãe lhe amaldiçoou a ficar vagando no rio e com
a cabeça enorme no formato de uma cuia, que vagaria dia e noite e só se
libertaria da maldição após devorar sete virgens, de nome Maria. Com a
maldição, Crispim enlouquecera, numa mistura de medo e ódio, e correu ao rio
Parnaíba, onde se afogou.
Seu corpo nunca foi encontrado e, até hoje,
as pessoas mais antigas proíbem suas filhas virgens de nome Maria de lavarem
roupa ou se banharem nas épocas de cheia do rio. Alguns moradores da região
afirmam que o Cabeça de Cuia, além de procurar as virgens, assassina os
banhistas do rio e tenta virar embarcações que passam pelo rio. Outros também
asseguram que Crispim ou, o Cabeça de Cuia, procura as mulheres por achar que
elas, na verdade, são sua mãe, que veio ao rio Parnaíba para lhe perdoar. Mas,
ao se aproximar, e se deparar com outra mulher, ele se irrita novamente e acaba
por matar as mulheres. O Cabeça de Cuia, até hoje, não conseguiu devorar nem
uma virgem de nome Maria.
CUCA
A Cuca é um dos
principais seres mitológicos do folclore brasileiro. Ela é conhecida
popularmente como uma velha feia na forma de jacaré que rouba as crianças
desobedientes.
A origem desta lenda
está em um dragão, coca das lendas portuguesas, esta tradição foi
trazida para o Brasil na época da colonização.
Diz a lenda, que a
Cuca rouba as crianças que desobedecem a seus pais. A Cuca dorme uma noite a
cada 7 anos, e quando fica brava dá um berro que dá para ouvir às 10 léguas de
distância. Pelo fato da Cuca praticamente não dormir, alguns adultos tentam
amedrontar as crianças que resistem dormir, dizendo que se elas não dormirem, a
Cuca irá pegá-las.
NEGRO D'ÁGUA
Conta a lenda que o
Negro D'água ou Nego D'água vive em diversos rios. Manifestando-se com suas
gargalhadas, preto, careca e mãos e pés de pato, o Negro D'água derruba a canoa
dos pescadores, se eles se negarem de dar um peixe. Em alguns locais do Brasil,
ainda existem pescadores que, ao sair para pescar, levam uma garrafa de cachaça
e a jogam para dentro do rio, para que não tenham sua embarcação virada.
Esta é a História
bastante comum entre pessoas ribeirinhas, principalmente na Região Centro-Oeste
do Brasil, muito difundida entre os pescadores, dos quais muitos dizem já ter o
visto.
Segundo a Lenda do
Negro D'Água, ele costuma aparecer para pescadores e outras pessoas que estão
em algum rio. Não se há evidências de como nasceu esta Lenda, o que se sabe é
que o Negro D'Água só habita os rios e raramente sai dele, seu objetivo seria
como amedrontar as pessoas que por ali passam, como partindo anzóis de pesca,
furando redes dando sustos em pessoas a barco, etc. Suas características são
muito peculiares, ele seria a fusão de homem negro alto e forte, com um
anfíbio. Apresenta nadadeiras como de um anfíbio, corpo coberto de escamas
mistas com pele.
QUIBUNGO
Segundo a lenda, o
Quibungo é uma espécie de Bicho-Papão negro, um visitante africano inesperado
que acabou por se domiciliar na Bahia, onde passou a fazer parte do folclore
local. Trata-se de uma variação do Tutu e da Cuca, cuja principal função era
disciplinar, pelo medo, as crianças rebeldes e relutantes em dormir cedo.
O Quibungo faz parte
dos contos romanceados, sempre com um episódio trágico ou feliz, mas sem data
que o localize no tempo. É um Velho do Saco para os meninos, um temível
devorador de crianças, especialmente as desobedientes. Sem dúvida um meio
eficaz de cobrar disciplina pela imposição do medo.
Não há nenhum
testemunho ocular de sua existência, mas, em meio ao universo infantil, existe
como concreto. Dentro dessas histórias tradicionais, contadas para as crianças
inquietas ou teimosas, ele se arrasta como um fantasma faminto, como um feroz
devorador de meninos e meninas que distanciam dos seus pais.
É personagens da
literatura oral afro-brasileira, com cruel voracidade, enorme feiúra,
brutalidade e inexistente finalidade moral.
O Quibungo é ao mesmo
tempo homem e animal. Espécie de lobo ou velho negro maltrapilho e faminto sujo
e esfarrapado, um verdadeiro fantasma residente nos maiores temores infantis.
VAQUEIRO MISTERIOSO
Esta lenda é muito
comum por todo o interior do Brasil, principalmente nas localidades que tem
fortes tradições no Ciclo do Gado.
Esta Lenda é relatada
por muitos vaqueiros, onde o Vaqueiro Misterioso sempre aparece para participar
das competições de derrubada de boi, corrida de argolinha, entre outras
competições de montaria.
Ele sempre é descrito
como um vaqueiro velho, mal vestido, com um cavalo fraco e velho, participa e
ganha todas as competições e quando alguém procura por ele para saber de onde
ele veio, ele acaba sumindo sem deixar nenhuma pista.
Região Centro-Oeste
ARRANCA
LÍNGUAS
De acordo com as
pessoas que já o viram, o Arranca Línguas seria como um grande Gorila, porém
muito maior do que um Gorila ou um homem.
Segundo
contam, um dos seus principais alimentos é a língua, que pode ser tanto de
animais, como bois, cavalos, cabras ou mesmo de gente. Costuma atacar suas
vítimas à noite, matando-as e retirando-lhes a língua para comer, é por isso
que recebe o nome de Arranca Línguas. Esta Lenda é muito comum no Estado de
Goiás e na região do Rio Araguaia.
PAI DO MATO
De
acordo com a Lenda, o Pai do Mato habita as matas defendendo os bichos contra
as pessoas, segundo contam poucas pessoas já o viram, pois ele raramente
aparece, e têm as seguintes características: aparentemente tem a altura de um
homem, possui o corpo coberto de pêlos e as mãos semelhantes a dos macacos. No
rosto dele há uma barbicha bem vistosa, na cor negra, e ele têm o nariz na cor
azul.
Costuma andar com grupos de caititus (porco-do-mato), onde utiliza o maior
animal como montaria. Contam o seu umbigo é seu ponto fraco.
Onça da mão torta -
Lendas e Mitos
Esta lenda conta sobre uma Onça muito grande, rajada e que tem uma das patas
dianteiras torta.
Os
caçadores, principalmente, temem muito encontrar este monstro. Segundo muitas
pessoas que já a viram, a onça tem as seguintes características: dizem que ela
é um espírito de um vaqueiro que tinha a mão torta e que era muito velho e mau,
em seguida de sua morte surgiu esta onça, tendo como característica a pata
torta, sendo uma espécie de castigo para ele. Como a onça é enfeitiçada, por
mais que atirem nela, não sofre nada.
MÃE-DO-OURO
A lenda da
Mãe-do-ouro, no folclore brasileiro, é uma bola de fogo que indica os locais
onde se encontram jazidas de ouro que não devem ser exploradas.
Às
vezes, pela madrugada essa bola de fogo se transformaria também em uma
belíssima mulher com um vestido longo de seda e com cabelos dourados refletindo
luz e voando pelos ares.
Em
alguns locais do Brasil, toma a forma de uma mulher bonita que habita cavernas,
e, após atrair homens que maltratam as esposas, os faz largar suas famílias,
mas trata de não deixar a mulher sofrendo, e coloca outra pessoa em seu
caminho.
Região Sul
GRALHA
AZUL
Gralha azul é o nome
dado a uma linda ave que motivou no Paraná, a tradição de plantadores de
pinheiros, enterrando as sementes com a ponta mais fina para cima e devorando a
cabeça, que seria a parte apodrecida.
Não
deve ser abatida e é comumente respeitada pelo povo como ave protetora dos
pinheirais. Conta a lenda que, uma certa gralha negra, dormia num galho de
pinheiro e foi acordada pelo som dos golpes de um machado. Assustada, voou para
as nuvens, para não presenciar a cena do extermínio do pinheiro.
Lá
no céu, ouviu uma voz pedindo para que ela retornasse para os pinheirais, pois
assim ela seria vestida de azul celeste e passaria a plantar pinheiros. A
gralha aceitou então a missão e foi totalmente coberta por penas azuis, exceto
ao redor da cabeça, onde permaneceu o preto dos corvídeos. Retornou então aos
pinheirais e passou a espalhar a semente da araucária, conforme o desejo
divino.
Esta
lenda na verdade é um fato real. A Gralha-azul tem o hábito de enterrar
pinhões. Após encontrar o local correto, ela pressiona-o a entrar, dando-lhe
golpes com o bico, até a completa introdução. Não contente com isso, ainda
coloca algum material das redondezas como folhas, pedras ou galhos em cima do
local remexido, de forma a camuflar ou disfarçar o feito realizado.
JOÃO-DE-BARRO
Contam os índios que
foi assim que nasceu o pássaro joão-de-barro.
Segundo
a lenda, há muito tempo, numa tribo do sul do Brasil, um jovem se
apaixonou por uma moça de grande beleza. Jaebé, o moço, foi pedi-la em
casamento.
O
pai dela então perguntou: - Que provas podes dar de sua força para pretender a
mão da moça mais formosa da tribo? - As provas do meu amor! - respondeu o jovem
Jaebé.
O velho gostou da resposta, mas achou o jovem atrevido, então disse: - O último
pretendente de minha fila falou que ficaria cinco dias em jejum e morreu no
quarto dia.
- Pois eu digo que ficarei nove dias em jejum e não morrerei.
Toda
a tribo se admirou com a coragem do jovem apaixonado. O velho ordenou que se
desse início à prova. Então, enrolaram o rapaz num pesado couro de anta e
ficaram dia e noite vigiando para que ele não saísse nem fosse alimentado. A
jovem apaixonada chorava e implorava à deusa Lua que o mantivesse vivo. O tempo
foi passando e certa manhã, a filha pediu ao pai: - Já se passaram cinco dias.
Não o deixe morrer.
E
o velho respondeu: - Ele é arrogante, falou nas forças do amor. Vamos ver o que
acontece.
Esperou
então até a última hora do novo dia, então ordenou: - Vamos ver o que resta do
arrogante Jaebé.
Quando
abriram o couro da anta, Jaebé saltou ligeiro. Seus olhos brilharam, seu
sorriso tinha uma luz mágica. Sua pele estava limpa e tinha cheiro de perfume
de amêndoas. Todos se admiraram e ficaram mais admirados ainda quando o jovem,
ao ver sua amada, se pôs a cantar como um pássaro enquanto seu corpo, aos
poucos, se transformava num corpo de pássaro!
E
foi naquele exato momento que os raios do luar tocaram a jovem apaixonada, que
também se viu transformada em um pássaro. E, então, ela saiu voando atrás de
Jaebé, que a chamava para a floresta onde desapareceram para sempre.
Podemos
constatar a prova do grande amor que uniu esses dois jovens no cuidado com que
o joão-de-barro constrói sua casa e protege os filhotes. Os homens admiram o
pássaro joão-de-barro porque se lembram da força de Jaebé, uma força que nasceu
do amor e foi maior que a morte.
João-de-barro -
Lendas e Mitos
Contam os índios que foi assim que nasceu o pássaro joão-de-barro.
Segundo
a lenda, há muito tempo, numa tribo do sul do Brasil, um jovem se
apaixonou por uma moça de grande beleza. Jaebé, o moço, foi pedi-la em
casamento.
O velho gostou da resposta, mas achou o jovem atrevido, então disse: - O último
pretendente de minha fila falou que ficaria cinco dias em jejum e morreu no
quarto dia.
- Pois eu digo que ficarei nove dias em jejum e não morrerei.
Toda
a tribo se admirou com a coragem do jovem apaixonado. O velho ordenou que se
desse início à prova. Então, enrolaram o rapaz num pesado couro de anta e
ficaram dia e noite vigiando para que ele não saísse nem fosse alimentado. A
jovem apaixonada chorava e implorava à deusa Lua que o mantivesse vivo. O tempo
foi passando e certa manhã, a filha pediu ao pai: - Já se passaram cinco dias.
Não o deixe morrer.
E
o velho respondeu: - Ele é arrogante, falou nas forças do amor. Vamos ver o que
acontece.
Esperou
então até a última hora do novo dia, então ordenou: - Vamos ver o que resta do
arrogante Jaebé.
Quando
abriram o couro da anta, Jaebé saltou ligeiro. Seus olhos brilharam, seu
sorriso tinha uma luz mágica. Sua pele estava limpa e tinha cheiro de perfume
de amêndoas. Todos se admiraram e ficaram mais admirados ainda quando o jovem,
ao ver sua amada, se pôs a cantar como um pássaro enquanto seu corpo, aos
poucos, se transformava num corpo de pássaro!
E
foi naquele exato momento que os raios do luar tocaram a jovem apaixonada, que
também se viu transformada em um pássaro. E, então, ela saiu voando atrás de
Jaebé, que a chamava para a floresta onde desapareceram para sempre.
Podemos
constatar a prova do grande amor que uniu esses dois jovens no cuidado com que o
joão-de-barro constrói sua casa e protege os filhotes. Os homens admiram o
pássaro joão-de-barro porque se lembram da força de Jaebé, uma força que nasceu
do amor e foi maior que a morte.
NEGRINHO DO PASTOREIRO
A lenda do Negrinho
do Pastoreio é uma lenda meio cristã e meio africano.
É
uma lenda muito popular no sul do Brasil e sua origem é do fim do Século XIX,
no Rio Grande do Sul. Foi muito contada no final do século passado pelos
brasileiros que defendiam o fim da escravidão. É uma lenda reconhecidamente do
Rio Grande do Sul, e alguns folcloristas afirmam que a região tem uma única
lenda sua, criada ao jeito local.
Conta
a lenda que nos tempos da escravidão, havia um estancieiro malvado com negros e
peões. Em um dia de inverno, fazia muito frio e o fazendeiro mandou que um
menino negro de quatorze anos fosse pastorear cavalos e potros que acabara de
comprar. No final da tarde, quando o menino voltou, o estancieiro disse que
faltava um cavalo baio. Pegou o chicote e deu uma surra tão grande no menino
que ele ficou sangrando. Disse o estancieiro: "Você vai me dar conta do
baio, ou verá o que acontece". Aflito, o menino foi à procura do animal.
Em pouco tempo, achou o cavalo pastando. Laçou-o, mas a corda se partiu e o
cavalo fugiu de novo.
De
volta à estância, o estancieiro, ainda mais irritado, bateu novamente no menino
e o amarrou nu, sobre um formigueiro. No dia seguinte, quando ele foi ver o
estado de sua vítima, tomou um susto. O menino estava lá, mas de pé, com a pele
lisa, sem nenhuma marca das chicotadas. Ao lado dele, a Virgem Nossa Senhora, e
mais adiante o baio e os outros cavalos. O estancieiro se jogou no chão pedindo
perdão, mas o negrinho nada respondeu. Apenas beijou a mão da Santa, montou no
baio e partiu conduzindo a tropilha. A partir disso, entre os andarilhos,
tropeiros, mascates e carreteiros da região, todos davam a notícia, de ter
visto passar, como levada em pastoreio, uma tropilha de tordilhos, tocada por
um Negrinho, montado em um cavalo baio. Desde então, quando qualquer cristão
perdia uma coisa, fosse qualquer coisa, pela noite o Negrinho procurava e
achava, mas só entregava a quem acendesse uma vela, cuja luz ele levava para
pagar a do altar de sua madrinha, a Virgem, Nossa Senhora, que o livrou do
cativeiro e deu-lhe uma tropilha, que ele conduz e pastoreia, sem ninguém ver.
Quem
perder coisas no campo, deve acender uma vela junto de algum mourão ou sob os
ramos das árvores, para o Negrinho do pastoreio e vá lhe dizendo: "Foi
por aí que eu perdi... Foi por aí que eu perdi... Foi por aí que eu
perdi...". Se ele não achar, ninguém mais acha.
PÉ-DE-GARRAFA
Conta a lenda que o
Pé-de-Garrafa é um ser que habita florestas do Paraná. Não há evidências da
origem dessa lenda.
Segundo
afirmam muitas pessoas, este ser é muito difícil de aparecer para uma pessoa,
pois muitos dizem que ele evita ao máximo o contato, entretanto costuma atrair
as pessoas quando quer.
Muitas
pessoas que já o viram ou que conhecem pessoas que já o viram, dizem que ele
apresenta as seguintes características: possui corpo de um homem, pode ser de
cor negra ou branca, tem o umbigo branco, corpo coberto de pêlos, possui apenas
um olho e um chifre localizados na testa, apenas um braço, mão com grandes garras
e uma perna que não possui pé e sim um formato de fundo de garrafa (o que lhe
dá o nome).
Dizem
que ele costuma gritar para alguém informar o caminho na mata. As pessoas que
escutam seu pedido de ajuda não devem responder, pois ele seguirá a pessoa.
Dizem que só se consegue escapar do Pé-de-Garrafa se atingir o seu umbigo
branco, onde está a sua fraqueza.
Procissão das Almas -
Lendas e Mitos
Esta Lenda conta sobre uma velha, que vivia sozinha na sua casa, e por não ter
muito que fazer, nem com quem conversar, passava a maior parte do dia olhando a
rua através da sua janela, coisa muito comum no interior.
Até
que numa tarde quando estava quase anoitecendo ela viu passar uma procissão,
todos estavam vestidos com roupas largas brancas (como fantasmas) com velas nas
mãos e ela não conseguia identificar ninguém, logo estranhou, pois sabia que
não haveria procissão naquele dia, pois ela sempre ia à igreja, e mesmo assim
quando havia alguma procissão era comum a igreja tocar os sinos no início, mas
nada disso foi feito.
E
a procissão foi passando, até que uma das pessoas que estava participando parou
na janela da velha e lhe entregou uma vela, disse a velha guardasse aquela vela
e que no outro dia ela voltaria para pegá-la .Com a procissão chegando ao fim a
velha resolveu dormir, e apagou a vela e guardou-a. No outro dia, quando
acordou, a velha foi ver se a vela estava no local onde ela guardou, porém para
sua surpresa no local em que deveria estar a vela estava um osso de uma pessoa
já adulto e de uma criança.
Região Sudeste
PORCA DOS SETE LEITÕES
Conta a lenda que uma
Baronesa praticava muitas maldades contra seus escravos. Os escravos,
cansados de tanta crueldade, resolveram tomar uma atitude.
Um
feiticeiro negro, revoltado com suas injustiças, lançou um feitiço na Baronesa,
ela foi transformada em porca e seus sete filhos foram transformados em
porquinhos. Segundo dizem, a sina deles é andar fuçando com o focinho no chão a
procura de um anel enterrado, quando encontrarem esse anel, quebrarão o feitiço
e voltarão a ser o que eram.
RÔMULO E REMO
Segundo a mitologia
romana, Rômulo e Remo são dois irmãos gêmeos, um dos quais, Rômulo, foi o
fundador da cidade de Roma e seu primeiro rei.
Conta
a lenda que Rômulo e Remo eram filhos do deus grego Ares, ou Marte, seu nome
latino, e da mortal Reia Sílvia (ou Rhea Silvia), filha de
Numitor, rei de Alba Longa.
Amúlio,
irmão do rei Numitor, deu um golpe de estado, apoderou-se da coroa e fez de Numitor
seu prisioneiro. Reia Sílvia foi confinada à castidade, para que Numitor não
viesse a ter descendência. Entretanto, Marte desposou Reia que deu a luz aos
gêmeos Rômulo e Remo. Amúlio, rei tirano, ao saber do nascimento das crianças
as jogou no rio Tibre. A correnteza os arremessou à margem do rio e foram
encontrados por uma loba, que teria os amamentado e cuidado deles até que estes
foram achados pelo pastor Fáustulo, que junto com sua esposa os criou como
filhos.
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